Pertenço a uma História que existe
na memória dos tempos,
suturada no útero desse povo,
ao modo de ferro e fogo,
que o próprio tempo pariu.
E pelo tempo que há de vir
se expandirá sem fronteira
tal qual a gênese de um orixá.
Não me curvo ao silêncio
dessa versão perversa e lúcida,
que torna invisível tudo que estou,
como se o que penso pudesse ser
desconstruído, pela expressão estúpida
desses alcoviteiros cheios de estórias,
que roubam detalhes, fingem fatos,
e inumanos desfiguram vidas e verdades.
Busco no tempo um tempo
maior que ele mesmo,
que se abra em inevitável caos,
e deixe fluir toda a insurreição do silêncio
como uma eufórica sangria na memória.
Pertenço a uma História
feita pelo meu povo
e penso como o meu povo,
que pertence e perturba
a estória dos donos e seus danos,
e que por isso está muito além
de seu próprio construir-se.
Sou um negro como tantos outros
negros e negras que esbanjam respeito
mas que também atiçam o seu medo.
E é melhor assim.
(Éle Semog)
Esse poema é muito bom!!
ResponderExcluirBeijinhos.
Naty, bom dia, amigo!
ResponderExcluirBjusss
Oi, Naty, segui-lhe o rasto para lhe agradecer a visita e convidar para voltar mais vezes. Um abraço
ResponderExcluirBom dia, Naty.
ResponderExcluirBjs
Que palavras, que força.
ResponderExcluirBj
PASSA LÁ NO BLOG.
ResponderExcluirBJUSSSSS
Muito bom, Naty.
ResponderExcluirBeijocas.